TOMANDO UM "CAFEZINHO" NA BORGES...


SERÁ MESMO QUE ESTAMOS MUDANDO? 


A violência que por vezes acontece no Brasil é resultado de uma série de fatores: primeiro, polícia despreparada para lidar com elas; segundo, uma sociedade desigual e culturalmente diversa como a nossa pode provocar atritos muito maiores; terceiro, pessoas que não tiveram a educação adequada se expressam como podem. É fácil ir para as ruas quando não se tem nada pra fazer em casa, ir pra bagunçar e quebrar lojas, é revoltante quando vejo o ser humano em sua maioria "homens" ficam em rodinhas de amigos bebendo e falando mal do Governo, sem saber o que está falando e paquerando a mulher do outro, principalmente quando ela passa de calça apertada, nós vivemos em uma sociedade machista que infelizmente sobrevive às custas do "olhar positivo" da mulher, é revoltante ver uma sociedade que em sua maioria não tem vontade de participar dos problemas que envolve o Brasil, e pior, nem sabe quanto custa o feijão com arroz.


Então deixa eu te explicar uma coisa: quando eu falo em "talvez estamos mudando" falo da educação, falo em noções de ética. Pode ser do pai, da mãe, do tio, da tia. É isso que realmente vai mudar o País. Concordo com algumas manifestações (pacíficas e inteligentes), concordo em parte com alguns programas de Governo do PT, tentando se aproximar dos pobres, realizando palestras e seminários (que muitas das vezes servem para discussões bestas sem sentido)

. No meu ponto de vista as manifestações perderam o sentido. Não porque não há mais problema ---temos de sobra--- mas não há mais foco, conteúdo e convergência da massa. Vamos parar de fingir e valorizar a ÉTICA e a MORAL.

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE...(Passos falsos)


A imagem acima é um tanto dramática, onde mostra um homem cobrindo a face, como se estivesse chorando ou envergonhado, enquanto um frei ou padre clamava ao Céu alguma coisa...

Tiradentes serviu no exército, era alferes, sendo assim ele não poderia ter os cabelos e a barba longos, no máximo um bigode. Segundo, enquanto esteve na prisão era comum os presos terem as cabeças raspadas ou cabelos curtos e a barba feita, para se evitar problemas com piolhos, algo comum em muitas prisões da época. 

Com isso, a ideia de se representar Tiradentes com cabelos longos e barba, parecido com Jesus, era uma forma de se reforçar sua mitificação, e a imagem de "bom homem". Além do mais, o Brasil desde a época colonial e até hoje é predominantemente católico, e Jesus Cristo era a figura mais conhecida pelo povo. Logo, tornar Tiradentes parecido com Jesus, era uma boa maneira de torná-lo conhecido aos olhos da nação, e reforçar sua importância. Concluído esta mitificação da imagem de Tiradentes, os representantes republicanos lhe consagraram uma data comemorativa que de fato veio a se tornar feriado nacional, o dia 21 de abril (curioso que se comemora o feriado de Tiradentes, e quanto ao Descobrimento do Brasil, quase que passa em branco todos os anos.)

Quanto a sua ligação ao movimento dos inconfidentes, ele fora mais um dos seus membros, e não o líder ou um dos grandes idealizadores como se pensou por muito tempo, algo que de certa forma fora imposto para nós crermos; neste caso, ele executou um papel interessante neste movimento. Por ser um homem conhecido pelos pobres e pela elite de Minas, fora o seu mediador entre as duas classes. Em 1789 os inconfidentes motivados pela Independência das Colônias Americanas (1776), decidiram por em ação a sua iniciativa. Neste ano quando a Coroa impôs mais severamente a cobrança de impostos, chegando a proclamar a derrama (era o quinto ou 20% da produção de ouro que deveria ser pago a Coroa, se não fosse pago, ele iria acumulando, e chegando ao ponto de que a família que não tivesse como pagar o quinto, teria os bens confiscados em seu valor) como obrigação para aqueles que não pagassem os impostos, os inconfidentes começaram agir...quanto ao resto da história quase todo mundo já sabe!

"Matando" a curiosidade de muitos, Joaquim José acabou ficando conhecido pelo apelido de Tiradentes devido a época que atuou como barbeiro e cirurgião-dentista, pois naquele tempo, era comum os barbeiros também arrancarem dentes.

Abusos sexuais: Comitê da ONU propõe ao Vaticano medidas que já foram tomadas.


O Comitê para os Direitos da Criança das Nações Unidas divulgou hoje um relatório mostrando a sua preocupação sobre o Vaticano e os casos de abusos sexuais de menores. O documento da ONU coincide nas suas propostas com as linhas de tolerância zero já tomadas pela Santa Sé, e parece desconhecer o trabalho que nesse sentido foi realizado nos últimos três anos.

O informe também critica a posição da Santa Sé sobre a homossexualidade, afirmando que contribui para a “estigmatização social e a violência contra os homossexuais, adolescentes bissexuais e transexuais lésbicas e as crianças criadas por casais do mesmo sexo”. O Comitê também pediu à Santa Sé que condene todas as formas de assédio e discriminação e o apoio à homossexualidade.


O relatório da ONU não menciona, no entanto, a condenação da Santa Sé à discriminação e a violência contra as pessoas homossexuais. O Catecismo da Igreja Católica, afirma que embora “os atos homossexuais sejam intrinsecamente desordenados” e “fecham o ato sexual ao dom da vida”, os homens e mulheres homossexuais “devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza”.

Outra questão é a do aborto, no qual o informe convida a Santa Sé a reconsiderar a sua posição, como se fosse uma questão de opinião.

A Santa Sé informou em comunicado hoje que “reitera o seu compromisso na defesa e proteção dos direitos das crianças, em conformidade com os princípios promovidos pela Convenção sobre os Direitos da Criança de acordo com os valores morais e religiosos oferecidos pela doutrina católica”.
Por sua vez, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse nesta manhã que o Vaticano enfrenta os casos de pederastia na Igreja com uma “exigência de transparência” e recordou a comissão que se criou para preveni-los, informou Ivan Vargas de ZENIT, que está no local. As declarações do padre Lombardi foram hoje na sede da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), onde se encontra para receber o prêmio ‘Bravo’.

No documento, a ONU pede à Santa Sé que “retire imediatamente” todos os membros do clero que tenham cometido abusos sexuais a menores, ou se tenha a suspeita disso, e que os entregue às autoridades civis, em vez de mudá-los “de paróquia em paróquia”.

“Devido a um código de silêncio imposto a todos os membros do clero sob pena de excomunhão, os casos de abuso sexual a crianças raramente foram relatados às autoridades nos países onde ocorreram”, diz o relatório da Comissão.

Da mesma forma exige-se que o Vaticano abra seus arquivos sobre os abuso sexuais a milhares de crianças para que suspeitos autores e “aqueles que ocultaram os crimes” possam ser julgados.

O relatório foi tornado público depois de que no passado 16 de Janeiro uma delegação vaticana apresentou em Genebra um informe sobre as medidas tomadas para condenar e prevenir os casos de abusos sexuais e proteger as crianças ante a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU.

Este órgão das Nações Unidas é responsável por revisar regularmente a aplicação da Convenção sobre os Direitos da Criança, tratado da ONU de 1989, do qual a Santa Sé foi um dos primeiros países promotores em 1990. A Santa Sé respondeu à sua ação ante especialistas das Nações Unidas, assim como os outros países membros.

No comunicado do Vaticano se esclarece: “A Santa Sé toma nota das Observações Conclusivas sobre os próprios informes, os quais serão submetidos a minuciosos estudos e exames no pleno respeito da Convenção nos diferentes âmbitos apresentados pelo Comitê de acordo com direito e a prática internacional como também tendo em conta o debato público interativo como o Comitê que acontece no dia 16 de Janeiro”, lê-se no comunicado enviado hoje pela Oficina de Imprensa da Santa Sé.

“A Santa Sé – continua o comunicado – lamenta no entanto, de ver em alguns pontos das Observações Conclusivas uma tentativa de interferir no ensinamento da Igreja Católica sobre a dignidade da pessoa humana e no exercício da liberdade religiosa”.


O PECADO DE OLHAR



Como a foto de uma menina sudanesa observada por um abutre, feita no Sudão em 1993, mudou a história do fotojornalismo e a vida do homem que a capturou.


O avião que trazia a ajuda humanitária havia pousado há alguns poucos minutos no chão seco e arenoso do povoado de Ayod, Sul do Sudão. Em questões de segundos, centenas de pessoas, envoltas em farrapos ou mesmo nuas, debilitadas pela fome e pelo calor, corriam desesperadamente de um lado para outro tentando garantir o seu quinhão de comida. Em meses, aquela era a primeira ajuda que recebiam e não sabiam quando ou se haveria uma próxima. No meio da confusão, o fotojornalista sul-africano Kevin Carter, que tinha chegada a aldeia no avião, apontou sua câmera para uma cena aterradora, que nunca deveria acontecer: uma criança esquelética, contando não mais do que cinco anos, estava agachada, olhando para o chão, como se escondendo do mundo. Atrás dela, muito próximo, um abutre a observava pacientemente. Mesmo terrível, a cena era real, assim como a foto tirada por Kevin naquele quente mês de março de 1993. 


A foto, porém, também trouxe revezes para o fotógrafo. Buirski lembrou, anos mais tarde, que logo que a foto foi publicada, as pessoas começaram a ligar para a redação. Queriam saber o que havia acontecido com a menina, se ela havia sobrevivido e, principalmente se o fotógrafo havia lhe ajudado. Uma chuva de perguntas que começava a afetar Kevin. Primeiro, ele contou que havia espantado o animal e que se sentou debaixo de uma árvore para chorar. As perguntas continuavam mesmo assim. Ele então completou a história dizendo que viu a menina tinha se levantado e caminhado até a clínica. A opinião pública não se satisfez com a explicação. Queria saber porque Kevin apenas havia observado e não e a levado no colo para um lugar seguro. Não havia resposta fácil para a indagação.

A história da foto da menina e do abutre gerou uma ampla discussão ética pública envolvendo a atuação de jornalistas em campos de guerra: deveriam estes prestar assistência ou apenas serem observadores, relatando ao mundo o que a guerra provoca?

O questionamento em torno da foto perturbou muito Kevin. Talvez outro fotografo tivesse lidado melhor com a situação. Mas com Kevin foi diferente. Antes mesmo da viagem ao Sudão, o fotojornalista enfrentava uma série de problemas pessoais. Relacionamentos malsucedidos, problemas com consumo excessivo de álcool e vício em mais de um tipo de droga. Para piorar, Kevin não tinha uma base familiar sólida e lhe faltava estabilidade no emprego. Trabalhava apenas para jornais sem expressão ou como freelancer. Mesmo quando ganhava dinheiro, como no caso de sua foto no The New York Times, este acabava sendo gasto para pagar mais drogas ou para quitar dívidas antigas.

A foto do abutre foi o ápice do trabalho de Kevin. Mas não o fim. O fotografo ainda continuou trabalhando na guerra. Era o que sabia fazer de melhor. Quando o conflito terminou, no entanto, com vitória para as forças democráticas de Mandela, Kevin não conseguiu se ajustar ao novo momento. No dia 27 de julho de 1994, aos 33 anos, levou seu carro até um local de sua infância e, utilizando uma mangueira para levar o monóxido de carbono do escapamento para dentro do veículo, cometeu suicídio. Deixou uma triste nota que dizia estar deprimido, sem dinheiro para pagar as contas, sem dinheiro para ajudar as crianças.

Os PENETRAS na Formação do BRASIL


França e Holanda protagonizaram episódios de invasões e debates inflamados na tentativa de conquistar o seu pedaço do Novo Mundo.

   De tão usada, a metáfora “caldeirão cultural” já se tornou um lugar comum para se referir a formação da sociedade brasileira. Gilberto Freire deu literalmente cores para esse caldeirão. Para o famoso antropólogo, a gênese do povo brasileiro explica-se pela combinação do negro africano com o branco europeu (quase sempre português) e com os nativos indígenas. Mas é bem verdade quando se diz que há muitos outros ingredientes nesse caldeirão. E alguns desses ingredientes entraram no Brasil como verdadeiros penetras.


  Em 2009, com as comemorações do ano da França no Brasil, livros, jornais, revistas e historiadores especialistas lembraram a presença dos franceses nos tempos do Brasil Colônia. Mas ao invés de charmosas idéias de liberdade ou tendências da moda, a França daquela época protagonizou episódios violentos, que quase deram outro futuro aos brasileiros.
  O interesse francês no Brasil começou com o questionamento de Francisco I (1594-1547), rei da França, do Tratado de Tordesilhas, firmado por Portugal e Espanha para assegurar o domínio ibérico sobre as terras do Novo Mundo. No século XVI, navios comerciais franceses criaram bases ao longo da costa brasileira. Uma delas deu origem à colônia “França Antártica”, em 1555, localizada na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Anos depois de serem expulsos do Rio de Janeiro, os franceses investiram no Maranhão, a chamada “França Equinocial”. As ações dos franceses incluíam também debates jurídicos e acordos com lideranças indígenas inimigas dos portugueses. Atualmente, a presença do Maranhão ainda é bastante viva, lembrada praticamente em todas as comemorações de aniversário da cidade de São Luis.

  Os holandeses também deixaram a sua marca de penetras na festa do Novo Mundo. Por meio da Companhia das Índias Ocidentais, conquistaram quase todo o nordeste açucareiro no Brasil, no século XVII. O primeiro ataque holandês ocorreu na Bahia, em 1624. Bastaram pouco mais de 24 horas para o domínio da região então governada por Diogo de Mendonça Furtado. O domínio na região durou até 1625. As investidas dos holandeses, inimigos de portugueses e espanhóis, unidos sob o absolutismo de Felipe II, porém, continuou. Em 1630, os holandeses tomaram de assalta Pernambuco, dominando, sem muitos problemas, Olinda e Recife. A “Nova Holanda” era para a Companhia das Índias Ocidentais um empreendimento do qual se esperava altos lucros. Maurício de Nassau (imagem) foi um ícone desse período. O domínio holandês acabou logo após o fim da União Ibérica (1580-1640). No entanto, memórias, costumes e tradições holandesas permaneceram vivas no nordeste e no imaginário de boa parte dos nordestinos. Pernambuco sabe bem disso e transformou-se em um dos maiores destinos turísticos do nordeste brasileiro, conservando, por exemplo, construções da época dos holandeses. Hoje, inclusive, Pernambuco é o segundo estado brasileiro que mais recebe investimentos holandeses, perdendo apenas para São Paulo.



Fonte: Café História

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES


MARIA THEREZA GOULART - A DAMA POLÊMICA

Naquela noite, Maria Teresa escolheu um vestido azul-piscina e optou por prender os cabelos negros no alto da cabeça. Quando subiu ao pequeno palanque de 1,60 metro de altura postado na praça da República, em frente à Central do Brasil, no Rio de Janeiro, fez-se silêncio entre os 100 mil presentes. Eram 19h44 de 13 de março de 1964.

Ela ainda não sabia, mas, aos 24 anos, a primeira-dama mais bonita que o país já teve participava do primeiro e último comício ao lado do marido, João Belchior Marques Goulart, 20 anos mais velho. Dezoito dias depois daquela noite, o presidente João Goulart, o Jango, seria apeado do poder por um golpe de generais que daria início à ditadura militar que vigeu até 1985.

Segundo alguns historiadores, o golpe viria de qualquer maneira, mas o que ficou conhecido como Comício da Central do Brasil o precipitou. Para outros, a concentração daquele dia serviu apenas para provocar os conspiradores e assim uni-los mais em torno do mesmo objetivo, derrubar Jango.

Em discurso de 65 minutos, João Goulart anunciou que havia assinado decreto que encampava todas as refinarias particulares de petróleo e outro que desapropriava e destinava à reforma agrária terras em torno de ferrovias e rodovias federais e pedia reforma urgente da Constituição, "acima da qual está o povo".

Na mesma noite, o então deputado federal (PTB) e ex-governador gaúcho Leonel Brizola sugeriria como "única solução" pacífica o fechamento do Congresso e a formação de uma assembléia constituinte, formada por "camponeses, operários, muitos sargentos e oficiais nacionalistas".

Quando seu marido, João Goulart foi empossado presidente do Brasil, Maria Tereza tinha apenas 21 anos. Foi a mais bela primeira dama que este país já teve. Linda e chique, foi um sopro de juventude e frescor no sisudo e atrasado cenário político brasileiro.
Apesar da idade, foi uma das fundadoras da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e ajudou a levantar a então iniciante alta-costura brazuca. O famoso Denner era quem cuidava de seu guarda-roupa.
A revista americana ''People'' a elegeu uma das dez mulheres mais bonitas do mundo.

Maria Thereza se encontra com 71 anos, em plena atividade e muito linda como sempre foi.

COMO ANDAM OS PRINCÍPIOS DO VATICANO...

COMO ANDAM OS PRINCÍPIOS DO VATICANO
Texto: Roulien Boechat (Historiador)

Aqueles que hoje comandam a Igreja Católica conservam uma visão negativa do mundo (acusado de relativismo de valores); sentem-se incomodados com o pluralismo religioso; insistem em manter, como estrutura básica da instituição, o modelo paroquial, próprio de uma sociedade pré-moderna, na qual relações humanas eram determinadas por proximidade geográfica; miram com desconfiança a mulher, impedida de acesso ao sacerdócio, como ser ontologicamente inferior ao homem; conservam uma visão deturpada da sexualidade, a ponto de condenarem relações sexuais que não tenham como estrito objetivo a procriação dentro do matrimônio; abominam as relações homoafetivas, e têm pouca sensibilidade ao mundo da miséria e da pobreza.
No entanto, dentro dessa mesma Igreja Católica vicejam novos modelos pastorais, como as Comunidades Eclesiais de Base e a Teologia da Libertação, que facilita a releitura da Bíblia pela ótica dos oprimidos e das mulheres.

Até a década de 1960, o padre celebrava a missa em latim e de costas para os fiéis. Neste mesmo período, a Igreja Católica afirmou que a separação entre o Estado e a religião era um fruto positivo da filosofia moderna. Estas e outras profundas transformações abalaram alguns importantes alicerces em que a Igreja de Roma se baseou a partir do século XVI, com o Concílio de Trento (1545-1563). Era a crise da identidade tridentina, levada a termo com a realização do Concílio Vaticano II (1962-1965), o maior evento religioso do século passado, a 21ª grande reunião de bispos e alguns religiosos de todo o mundo com o intuito de discutir os rumos que a Igreja deve tomar.
A Igreja foi se isolando e se fechando desde o século XVI, primeiramente como reação ao cisma protestante, que adveio das inquietações teológicas de Martinho Lutero (1483-1546), e, posteriormente, ao pensamento liberal e à doutrina comunista. Tornava-se uma “fortaleza sitiada”, interpretando a emergência da modernidade como um grande mal que se abatia sobre o cristianismo. No século XIX e no início do XX, esta tendência foi reforçada ainda mais com os papas Gregório XVI (1831-1846), Pio IX (1846-1878) e Pio X (1903-1914), que lançaram inúmeras condenações contra os principais elementos da cultura moderna, ficando conhecida como ultramontana, “detrás os montes”, ou seja, referente àqueles que estão aquém dos Alpes, com Roma e apoiando todas as decisões do Sumo Pontífice. Porém, essa tendência passou a conviver com diferentes movimentos no seio do catolicismo que, ao contrário, defendiam uma Igreja capaz de dialogar com o mundo, mais aberta à participação do fiel em suas atividades, e que respondesse de forma mais plausível aos desafios do mundo.
Quando o Concílio Vaticano II foi convocado, o mundo já estava bem diferente daquele dos séculos anteriores: já vira duas grandes guerras, o surgimento do nazifascismo, a emergência e a consolidação de Estados comunistas por todo o mundo, a concretização das democracias liberais, o desenvolvimento dos meios de comunicação, a liberalização moral, o pluralismo religioso e a diminuição da influência das instituições religiosas na esfera pública. O Vaticano II foi a resposta da Igreja aos novos desafios colocados pelo novo mundo que surgia. Ou seja, uma grande tentativa de atualizar a Igreja – realizar seu aggiornamento, palavra em italiano que significa atualização, muito utilizada pelos bispos e religiosos participantes do concílio.
O fato é que este concílio se diferenciou de todos os anteriores, pois não tinha sido convocado para condenar uma forma de se pensar e agir, nem para promulgar dogmas, como acorrera nos vinte já então realizados. Em quatro anos, de 1962 a 1965, inúmeras questões doutrinais, morais e políticas foram debatidas em uma assembleia instalada na nave central da Catedral de São Pedro, no Vaticano, com a presença de milhares de bispos e religiosos, vindos dos quatro cantos do planeta. A Igreja precisava dar uma resposta a esse mundo em transformação, reafirmar seu papel na contemporaneidade e apontar novos rumos. Precisava demonstrar que não era uma instituição tradicional e milenar já sem contato com a realidade circundante e sem ressonância no mundo.
Foram debatidos temas que mudaram significativamente o rosto do catolicismo. Pretendia-se passar de uma Igreja fechada em si mesma a uma Igreja aberta ao mundo, capaz de seguir sua missão, levando a mensagem evangélica a todos os confins do mundo, e assim aprender com ele. Uma profunda mudança de compreensão de si mesma, que ainda se continua a sentir.
Hoje, entre os historiadores do catolicismo, há discussões sobre os significados do Concílio Vaticano II, sua atualidade, ou se um novo concílio se faz necessário. A questão central se debruça sobre os papados de João Paulo II (1978-2005) e Bento XVI. O primeiro cumpriu e o segundo cumpre os programas do concílio? Ou, ao contrário, como defendem alguns, eles dificultaram sua aplicação ao interpretar o concílio de maneira restrita?

ESCOLAS EMPOBRECIDAS

A



Texto: Roulien Boechat 

    A escola vive uma profunda crise de legitimidade. O mundo mudou, ficou complexo, novas demandas surgiram. Os estudantes na escola também são outros, diversos na origem e nos interesses. Os professores carecem de condições para um trabalho digno. A sociedade alterou suas expectativas referentes à escola e, assim, criou-se um complicado jogo de múltiplas contradições e, para essa complexidade, não cabem respostas e políticas simplistas.
Afinal, para que a escola existe? Para formar adequadamente as gerações futuras ou para preparar os estudantes para avaliações externas como Enem?
A que se destinariam os conhecimentos? Deveriam eles compor um mosaico para criar curiosidades, desejos e perguntas nos estudantes ou só serviriam para produzir informações para uso em testes de avaliação?

   Como consequência dessa política, nas escolas de tempo integral, o aluno terá aulas em um período e, no outro, oficinas temáticas das diferentes áreas do conhecimento, algumas obrigatórias e outras eletivas escolhidas de acordo com o projeto pedagógico da escola.
À primeira vista, esse currículo está “rico” e diversificado; no entanto, pelo olhar sério e comprometido, ele estará fatalmente fragmentado. Primeiramente porque verificamos que as oficinas obrigatórias também não objetivam, do mesmo modo, um trabalho com História, Ciências e Geografia; pelo contrário, voltam-se para a Matemática e para o Português.
   Além disso, como trabalhar a oficina optativa, por exemplo, de Saúde e Qualidade de Vida sem os fundamentos das ciências? Intriga a essa altura saber: por que oficinas e não estudo contínuo? O que se ganha com isso? Vários equívocos nos saltam aos olhos! O primeiro deles é considerar que o conhecimento de algumas áreas é acessório, ocupa espaço e ainda impede o bom aprendizado do Português e da Matemática!
  As concepções de escrita e leitura, por exemplo, acabariam por ser responsabilidade exclusiva de uma única disciplina do currículo. Não seria essa uma visão muito simplista de aprendizagem, pois parece supor que o estudante não desenvolve processos de escrita e leitura também em outras disciplinas?
   Outro equívoco é a suposição de que para estudantes de escola pública o mínimo basta! Para que sofisticar com lições da história, da natureza e do lugar do nosso povo? Conhecimento científico seria enfim útil para quê?
   A aprendizagem não ocorre por partes. O aprendizado é todo ele integrado e sistêmico. Um bom ensino de História expande o pensamento e as referências e o estudante, assim, tem condições para perceber relações de fatos, tempo e espaço, tão necessárias à aprendizagem matemática.
 A Geografia leva nossos pensamentos para viajar em outros espaços; possibilita compreender a diversidade das sociedades, conhecer e apreciar a natureza, aprender a observar e a estabelecer conexões entre lugares e culturas. Mergulhados, assim, nesses novos referenciais, os estudantes podem compreender melhor a própria realidade e encarar suas circunstâncias com pleno envolvimento. Isso certamente repercutirá na sua vida e no seu aprendizado, com consequência, por exemplo, em estudos simbólicos e gráficos.
Como deixar de aproveitar a natural curiosidade das crianças, seu espírito exploratório, suas perguntas intrigantes acerca dos fenômenos da natureza e, dessa forma, tecer as bases de um fundamental espírito científico, que por certo ajudará a compreender a Matemática e a recriar o Português?
  Será que a estratégia de oficinas, ao invés do estudo contínuo, dará conta de captar tal complexidade e também de tornar possível um processo de ensino-aprendizagem que seja capaz de construir os conhecimentos de Geografia, História e Ciências que ficaram tão diminuídos no currículo básico?
   De nosso ponto de vista entendemos que a questão não é separar para empobrecer. O que vale é democratizar as possibilidades de ser e de estar melhor no mundo. E para que isso aconteça precisamos da integração total de saberes e práticas.
   As crianças de classe social mais favorecida possuem, antes já de chegar à escola, uma gama infindável de vivências. As crianças de classe popular, em sua maioria, chegam já à escola destituídas desse capital cultural. Possuem outras ricas e profícuas experiências que, nem sempre, são valorizadas e transformadas na escola. No entanto, o importante é trabalhar pedagogicamente com essas experiências de modo a transformá-las em vivências socialmente válidas. Pensamos que o fundamental é ampliar as oportunidades ao invés de restringi-las; para tanto, a experiência com as diferentes áreas do conhecimento é essencial.
   Preocupa-nos o risco de a função da escola, para as crianças dos anos iniciais, limitar-se, a partir da reforma proposta, ao ensino das habilidades mínimas de leitura e escrita e de cálculo, retirando-se as cores e os sabores das descobertas que se fazem no contínuo do seu desenvolvimento. Preocupa-nos que esse projeto ganhe força e se concretize em outros níveis de ensino e em outros Estados. Preocupa-nos que as oficinas contribuam mais para o esvaziamento dos conteúdos do que para a construção de conhecimentos. O que será da nossa escola pública, então? Um reducionismo dos conhecimentos, um estreitamento das concepções de ensino-aprendizagem? O objetivo final será a quantificação em detrimento da qualidade? E, se atingir índices é o foco dos processos de ensino-aprendizagem, o que isso realmente significa? Qual é a verdadeira motivação da política educacional implícita nesse movimento?

SER BRASILEIRO (29/11/2010)

Estava assistindo Jornal da Globo esses dias e gostei muito do comentário do Arnaldo Jabor (ele é ótimo), em suas palavras ele dizia “ que brasileiro não é um povo alegre e sim bobalhão, metido a esperto”, de certa forma não temos como discordar é só lembrar de alguns exemplos, como: Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida; Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito. Brasileiro tem um sério problema, quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo. O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família).
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.
O Brasil não é um pais democrático. Num país democrático a vontade da maioria é Lei. Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto. Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar. Trai marido, trai esposa, trai amigos e ainda conta vantagens pros outros. Se acha o máximo só porque ta saindo com a mulher do outro, isso sem regras, pois vai do pobre ao político.
Os malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né??? A participação popular, de cobrar nossos direitos aos políticos, foi substituída pelo amor ao futebol, pela cervejinha, pela mulher gostosa ( a do outro principalmente, pois a de casa, o bobo acha que é feia, que tem que cuidar dos filhos), o Brasileiro, esquece do próprio filho, entregando o filho pras bebedeiras e festas, onde rola de tudo, pro tráfico de drogas, pra internet. O jovem de 15 anos, hoje em dia, é vantagem dizer que bebeu todas na noite passada. Absurdo!

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira. O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar.
-Claro, que toda regra tem sua exceção!
Continuem fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.




DISCIPLINA E HUMILDADE


O ser humano se acha o máximo e por se achar assim, tem a certeza que já sabe o suficiente, pelo menos para começar a criticar. Basta ter um pouco de noção de como se faz a coisa, para se achar a maior sumidade. E é no campo das artes onde encontramos mais sumidades. Os chamados: sabe-tudo! Tem gente que escreve um livro de poesia e já se diz escritor, tem gente que encena uma peça e já se sente um ator consagrado, tem outros que escrevem peças e se acham grandes dramaturgos, tem outros que fazem curtas e já desfilam como diretores consagrados, e todos se vangloriam de seus feitos, não aceitam críticas e ainda se enchem de glamour. Pode parecer que não, mas tem muita gente assim. E ai de quem discorda de seus pontos de vistas! São auto-suficientes e não precisam mais aprender, pois já mostraram que sabem, pois já fizeram uma vez. Pelo menos é o que eles acham. Mal sabem eles, que o campo das artes pede aperfeiçoamento continuo e muita disciplina. Só através da disciplina se chega à perfeição, muito embora saibamos que em arte, a perfeição é muito relativa, por isso, disciplina é fundamental. Quem acha que só por que já sabe fazer alguma coisa, já tem capacidade de fazer outra, morre no meio do caminho. Quem escreveu um livro de poesia, só vai poder escrever um romance se tiver disciplina. Um ator precisa de horas e horas de disciplina para enfrentar tantos outros papéis. Aquele que teve a felicidade de escrever um texto para teatro, precisará de muita disciplina para refazer várias e várias vezes a mesma história. E um diretor precisará fazer muitos “curtas” até atingir o ponto ideal de filmar o seu longa-metragem. É assim, a vida na arte não tem espaço para seres humanos que se acham o máximo. Nas artes o trabalho é duro e ninguém vai se transformar em escritor de novelas da noite pro dia. Há muita estrada para se caminhar e muitas experiências para serem acumuladas. Nas artes não tem espaço para pressa. Não há espaço para pular etapas. Há muita dedicação e disciplina.
E a maior lição de todas: a humildade. Para reconhecer que ainda não está pronto. Para aceitar que não atingiu o que se queria passar. Que não se deu o suficiente para um certo papel. Que podia escrever bem melhor do que fez. E, acima de tudo, reconhecer como é necessário aprender, aprender e aprender. É triste quando recebemos críticas sobre aquilo em que dedicamos toda a nossa verdade, corta o coração. Mas é preciso perceber que o ser humano só será o máximo, quando entender a sua pequenez diante da magnitude daquilo que ele tanto quer fazer. O artista jamais será maior que sua arte.